domingo, 1 de novembro de 2009

Relatório - Oficina 2 - TP1

O encontro para a realização da Oficina 2 aconteceu no dia 22 de outubro, quinta-feira, na escola onde trabalhamos. Após a habitual retomada de conteúdos das unidades, fizemos uma reflexão sobre a utilização do texto em nossas aulas. Propus que refletíssemos sobre as seguintes questões: Estou usando o texto como base de todas as atividades de linguagem? Procuro diversificar os textos com que trabalho? Trabalho apenas os textos do livro didático ou acrescento textos de minha escolha? Que tipo de texto rejeito e qual prefiro? Como faço a seleção de textos a serem trabalhados? Ressaltei que o texto é um riquíssimo material não só de pesquisa, leitura, estudo, aprendizagem, mas também imprescindível para o aprimoramento da linguagem. Em seguida, conversamos sobre a importância das estratégias intertextuais no processo de produção do sentido, uma vez que parece improvável encontrar um texto que não dialogue com nenhum outro que o antecedeu. Ainda que esse texto exista, ele não estará isento de dialogar com o tempo e o espaço de sua produção. Assim, a utilização da intertextualidade deve servir para o professor não só conscientizar os alunos quanto à existência desse recurso como também utilizar um modo mais criativo de verificar a capacidade dos alunos de relacionarem textos.

No momento dos relatos de experiência com aplicação do Avançando na prática, foram comentadas as seguintes atividades: trabalho com ditados populares (p.136 – TP1) e trabalho com o livro O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (p.150 – TP1). O primeiro, realizado pelo 7º ano, foi importante, principalmente, para que os alunos identificassem traços da intertextualidade em nossa interação cotidiana, isto é, para que percebessem que a experiência de alguém ou de uma comunidade aparece sempre no que fazemos ou dizemos, que nossos textos retomam outros textos. O segundo, desenvolvido pelo 6º ano, mostra vários olhares sobre a mesma situação e a reação diante do diferente. A professora, através do debate, incentivou os alunos a perceberem e valorizarem os diferentes ângulos a partir dos quais as situações podem ser vistas ou analisadas. A divergência de opiniões é normal e importante, porque faz com que as pessoas troquem ideias, reforcem seus argumentos ou revejam e renovem seus pontos de vista.


Na seqüência, fizemos o planejamento de uma atividade de leitura e de produção de texto, referentes à fábula “A língua”. Para enriquecimento da atividade, apresentei outra versão dessa fábula, intitulada “Esopo e a língua”, na qual podemos perceber que a intertextualidade é muito mais antiga e muito mais freqüente e abrangente do que podemos imaginar à primeira vista. Quem escreve não escreve no vazio, pois um texto não surge do nada. Nasce de outro(s) texto(s). A competência em leitura e em produção textual não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Para ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais.

Não posso deixar de relatar o interesse, a participação e a responsabilidade de minhas cursistas nas atividades do programa Gestar II. Buscamos uma melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem, mas isso só é possível quando os professores se disponibilizam à atualização. No que se refere ao nosso grupo, professores de Língua Portuguesa e Redação, estamos todos verdadeiramente comprometidos com essa proposta de mudança e de redimensionamento da prática pedagógica.

Na parte final da oficina, fiz uma breve apresentação das duas próximas unidades a serem estudadas, ressaltando que nelas os textos nos ajudariam a fazer uma reflexão mais sistemática sobre a língua. Em seguida, entreguei algumas sugestões de trabalhos com textos e pedi aos professores que acrescentassem outras que conheciam e que utilizavam.

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