sábado, 28 de novembro de 2009

3º Encontro de Formadores do Gestar II - Barbacena - MG

Nos dias 23 e 24 de novembro, em Barbacena – MG, aconteceu a 3ª etapa de formação do Gestar II, esta, destinada à apresentação geral do trabalho realizado nas escolas. Foi gratificante perceber que todos realizamos trabalhos tão promissores, isto é, que todos entendemos a proposta do programa e a implantamos com eficiência e responsabilidade.


Nos emocionantes relatos, cada professor que ali estava, deixou evidente seu comprometimento e seu entusiasmo com a proposta do Gestar, um programa voltado para o aprimoramento do trabalho do professor e, consequentemente, para uma mudança em toda a estrutura e comunidade escolar. Compreendi, por meio das apresentações, que embora estejamos tão distantes uns dos outros, vivenciamos as mesmas situações pedagógicas, enfrentamos os mesmos desafios e visamos aos mesmos objetivos educacionais: qualidade no ensino e valorização profissional. Tenho certeza que estamos no caminho certo para alcançarmos o que almejamos, pois um grande passo já foi dado. Estamos nos aprimorando, a conseqüência virá mais dia menos dia...


A sensação de missão cumprida é muito boa, mas ela encerra um convívio igualmente importante e especial. Sentirei saudades dessas pessoas que talvez nunca mais possa ver, mas que ficarão guardadas no meu coração e nas minhas recordações para sempre. Pessoas que aprendi a respeitar não somente pelo conhecimento que possuem, mas principalmente pela forma generosa com que o dividem. Obrigada a todos!


domingo, 22 de novembro de 2009

Relatório - Oficina 4 - TP2


No dia 19 de novembro, q uinta-feira, nos reunimos no Proinfo de nossa escola para realizarmos a Oficina 4, do programa Gestar II. Iniciamos com a leitura de um texto de Marina Colasanti, “A moça tecelã”, o qual nos proporcionou uma reflexão fundamental para esse final de curso. Tecemos e destecemos muitas ideias, estratég ias, métodos e crenças nesses últimos meses, sempre visando ao desenvolvimento global dos alunos e à melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem. É necessário, porém, que possamos dar prosseguimento a esse trabalho, que estejamos comprometidos com as mudanças que causamos e com os resultados que alcançamos. De nada servirá um profissional que conheça a dinâmica do trabalho, mas que não a coloque em prática.

Retomando os conteúdos das unidades estudadas, fizemos a leitura de alguns trechos destacados pelo grupo e tecemos comentários a respeito. Diante da importância que a arte assume na educação, fizemos uma revisão crítica do que a escola tem alcançado em termos de ensino da arte. Temos conseguido valorizar nos educandos sua expressividade e potencial criativo? Temos sabido perceber, compreender e avaliar suas ideias sobre as linguagens artísticas? Temos desenvolvido nosso próprio percurso em artes de tal modo que conheçamos os conteúdos, os objetivos e os métodos para ensinar cada uma das linguagens artísticas? Temos tido suficiente bagagem teórico-conceitual para identificar o momento que cada educando vivencia em sua construção de conhecimento sobre a arte e fazer intervenções que lhe permitam avançar? Temos sabido incentivar a formação cultural de nossos educandos e ajudá-los a perceberem-se como sujeitos de cultura? Em relação às figuras de linguagem, igualmente importantes na literatura e muito presentes na linguagem cotidiana, salientamos que tal conhecimento deixa-nos mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos.

No relato das experiências, as professoras comentaram sobre a aplicação do Avançando na prática da página 120 - TP2 – interpretação e declamação do poema “Serão de junho”. Ambas optaram por essa atividade, relacionando-a ao projeto de poesia que está sendo desenvolvido na escola. Os alunos, por já estarem bastante envolvidos com o gênero poema, tiveram ótimo desempenho e participação nas atividades.

Na seqüência, as professoras fizeram a interpretação da charge de Quino. Inicialmente, pedi que observassem todos os elementos da cena e, em seguida pesquisassem a biografia de Karl Marx, essencial para a compreensão dos fatos. Conversamos sobre o tema “tratamento desigual das pessoas”, exemplificando situações concretas. Percebemos que por mais que tenhamos leis que garantam a igualdade de direitos, infelizmente ainda vivenciamos situações absurdas de desigualdade e injustiça. Após a interpretação da charge, segundo a proposta, as professoras fizeram a produção de um bilhete dirigido ao patrão, comentando sua atitude. Destaquei a importância do uso da charge e das tiras humorísticas em sala de aula, já que esse tipo de texto – verbal e não verbal – permite que diversas atividades sejam realizadas, além de ser um material interessante para os alunos, a fim de torná-los cada vez mais capazes de construir os possíveis sentidos do texto.

Na avaliação da oficina, novamente o grupo destacou a importância dos conhecimentos adquiridos no Gestar para a o aperfeiçoamento da prática pedagógica dos professores envolvidos e daqueles que se deixaram envolver pela proposta. Sabemos que cada um de nós deverá ser um construtor de conhecimentos e um semeador de ideias e práticas que, esperamos, darão frutos no futuro.

“Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas”.

(Victor Hugo)

Avançando na prática

sábado, 14 de novembro de 2009

Relatório - Oficina 3 - TP2

Na quinta-feira, dia 05 de novembro, nos reunimos na escola para a realização da Oficina 3 do programa Gestar II. Iniciamos com a leitura de um texto de Rubem Alves: As tarefas da educação, o qual nos possibilitou uma importante reflexão sobre a nossa prática pedagógica. “Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? De que forma pode ser usado? Em que aumenta a competência dos meus alunos para cada um viver a sua vida?”. Ressaltei a importância de reavaliar e redirecionar, quando necessário, nosso conhecimento e nossa prática, para melhor atingirmos nossos objetivos no trabalho com nossos alunos.

Na seqüência, lemos e discutimos um artigo publicado em uma Revista de Pós-Graduação (UNIFIEO): “Gramática. O que é? Como ensinar gramática da língua materna?”, de Ângela Fogaça Lucas Ambrósio e Vanda Baruffaldi. Em seguida, fizemos um paralelo com o tema da unidade 5 – Gramática: seus vários sentidos (TP2) e concluímos que não se pode usar uma língua sem usar a sua gramática. Esse ensino de gramática, contudo, não deve permanecer na base da regra pela regra, explicada e exercitada com palavras e frases soltas. Não adianta também utilizar textos apenas como pretextos, ou seja, apenas retirando-se deles palavras ou frases e continuando-se com um ensino meramente normativo e classificatório. É preciso atentar para que esse ensino mais sistematizado da gramática seja visto em uso e para o uso, constatando-se sua funcionalidade e procurando-se inseri-lo em situações reais, ou que se aproximem o máximo possível dessa realidade.

Na socialização das experiências, foram comentadas as aplicações do Avançando na prática da página 56 (TP2), em que os alunos fizeram uma produção de texto a partir de uma imagem, usando frases nominais nos trechos em que se mostraram adequados. A atividade foi desenvolvida pelo 7º e pelo 9º ano com imagens distintas, porém seguindo os mesmos passos em ambas as aplicações. As professoras seguiram o planejamento da Aula 5, AAA2, e observaram maior interação entre os alunos, assim como maior interesse por parte da classe na resolução das tarefas propostas, pois estas foram realizadas em grupo. O trabalho em grupo é uma das modalidades mais ricas para desenvolver as atividades, pois permite aos componentes do grupo exercitar múltiplas competências e habilidades, que representam ganhos incalculáveis não só para os participantes, mas também para o ensino em geral.

Na terceira parte da oficina, lemos o trecho inicial da peça “A menina e o vento”, de Maria Clara Machado. Em seguida, orientei as professoras na elaboração de uma proposta de atividade de leitura, produção de texto e análise linguística, relacionada ao texto lido. Fizemos a leitura dramatizada do trecho “Maria e Pedro na cova do vento” e, posteriormente, refletimos sobre a educação que as tias ofereciam às crianças. Uma educação que consideramos rígida e ultrapassada e que esperamos não fazer parte de nossa realidade atual. Diante da oportunidade, pedi às professoras que fizessem o texto solicitado na atividade 14, TP2, para compor portifólio.

A avaliação da oficina foi muito positiva, pois através dos relatos emocionantes das professoras, compreendi o quanto o Gestar tem auxiliado no aperfeiçoamento da prática pedagógica de cada uma, permitindo-lhes mais confiança e autonomia em seus trabalhos com os alunos. Segundo elas, outro aspecto fundamental que o Gestar tem proporcionado é a elevação do nível das produções dos alunos, observado inclusive pelos professores de outras disciplinas. É gratificante saber que temos colaborado para a melhoria do ensino/aprendizagem de nossa escola e que houve, efetivamente, uma mudança na prática dos envolvidos.


domingo, 8 de novembro de 2009

Escritores da liberdade

Baseado em fatos reais, o filme aborda de forma comovente e instigante o desafio da educação em um contexto social problemático e violento. Erin Gruwell é uma professora iniciante que decide trabalhar e inicia sua carreira em uma escola adaptada aos programas de integração, lecionando Inglês básico para a turma do 1º ano do ensino médio. Uma profissional que acredita que pode fazer a diferença, pois é determinada e perseverante. É um desafio para ela, no seu primeiro dia de aula, enfrentar a rejeição e rebeldia dos alunos, com brigas e até discussões em sala de aula, onde predomina a discriminação racial e os conflitos enfrentados por eles no dia a dia. Suas iniciativas para conseguir quebrar essas barreiras aos relacionamentos dentro da sala de aula vão, uma a uma, resultando em frustrações.

Apesar de aos poucos demonstrar desânimo em relação às chances de êxito no trabalho com aquele grupo, Erin não desiste de sua empreitada. Mesmo não contando com o apoio da direção da escola e dos demais professores, ela acredita que há possibilidades reais de superar as mazelas sociais e étnicas ali existentes. Para isso, cria um projeto de leitura e escrita, iniciado com o livro “O Diário de Anne Frank”, onde os alunos poderão registrar, em cadernos personalizados, seus pensamentos, sentimentos, angústias, sonhos, medos, etc.

Os novos métodos de ensino também inspiram os estudantes a terem objetivos na vida, antes praticamente perdidos e sem esperança. Mais importante que isso, os ensinamentos de Erin os ajudam a enfrentar seus problemas familiares e os problemas que existiam entre eles mesmos, isto é, os preconceitos que um grupo tinha com outro.

O marido de Erin, não aceitando ver o sucesso e a dedicação que ela tinha para com o ensino, preferiu se divorciar a ajudá-la. Mas isso não fez com que ela desistisse; lutou e conseguiu acompanhar seus alunos até o 4ª ano, quando terminaram o ensino médio e alguns passaram para a faculdade.

Na vida real, os diários foram reunidos em um livro publicado nos Estados Unidos em 1999 e terminaram inspirando o diretor Richard LaGravenese a fazer esse filme.


Assistimos ao filme na escola, no dia 29 de outubro, quando foi também realizada a 3ª Oficina Livre do programa Gestar II. Decidimos usá-lo em nossas aulas, pois ele amplia os conhecimentos da importância que a Educação tem e dos seus mecanismos de transformações individuais na vida de cada ser humano.

Reflexões do grupo

“Escritores da liberdade” nos coloca em contato com uma experiência das mais enriquecedoras e necessárias. Sua trama gira em torno da necessidade de criarmos vínculos reais em sala de aula, conhecendo nossos alunos, despertando para suas histórias de vida, entendendo o que os motiva a ser as pessoas que são.

Muitas escolas ainda baseiam suas ações quase que exclusivamente no modelo mais tradicional de educação, realizam monólogos e dão pouca vazão ao conhecimento e a história de vida dos alunos. É necessário desenvolver um trabalho de resgate de valores, em que a diversidade seja percebida como uma riqueza e não como um empecilho do trabalho pedagógico. Devemos oferecer aos alunos atividades significativas, que venham ao encontro das suas necessidades, valorizando a bagagem trazida da sua realidade social.

Ler e escrever são elementos básicos da civilidade. Projetos de leitura, atividades de produção escrita regular, valorização dos livros e da literatura, espaços para a divulgação daquilo que os alunos produzem, no que se refere a textos, precisam ser realidades e preocupações constantes na nossa escola.

No filme, Erin se doa incondicionalmente ao seu fazer, não como uma ação assistencialista, mas como uma professora aprendiz. É alguém que se dispõe a ensinar e aprender sobre mundos completamente diferentes do que ela vive. Uma pessoa pode fazer a diferença! É necessário aos educadores, além de referencial teórico, promover um conjunto de ações que possibilitem trabalhar o aluno como um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, investigando e trabalhando as suas dificuldades, estabelecendo novas relações na busca do conhecimento.

“Escritores da Liberdade” é uma fabulosa história de vida que nos mostra como as palavras podem emancipar as pessoas e de que forma a educação, a cultura e o conhecimento são as bases para que um mundo melhor realmente aconteça e se efetive.

Avançando na Prática

Prof. Marisa e alunos do 7° ano - Ditados populares

domingo, 1 de novembro de 2009

Relatório - Oficina 2 - TP1

O encontro para a realização da Oficina 2 aconteceu no dia 22 de outubro, quinta-feira, na escola onde trabalhamos. Após a habitual retomada de conteúdos das unidades, fizemos uma reflexão sobre a utilização do texto em nossas aulas. Propus que refletíssemos sobre as seguintes questões: Estou usando o texto como base de todas as atividades de linguagem? Procuro diversificar os textos com que trabalho? Trabalho apenas os textos do livro didático ou acrescento textos de minha escolha? Que tipo de texto rejeito e qual prefiro? Como faço a seleção de textos a serem trabalhados? Ressaltei que o texto é um riquíssimo material não só de pesquisa, leitura, estudo, aprendizagem, mas também imprescindível para o aprimoramento da linguagem. Em seguida, conversamos sobre a importância das estratégias intertextuais no processo de produção do sentido, uma vez que parece improvável encontrar um texto que não dialogue com nenhum outro que o antecedeu. Ainda que esse texto exista, ele não estará isento de dialogar com o tempo e o espaço de sua produção. Assim, a utilização da intertextualidade deve servir para o professor não só conscientizar os alunos quanto à existência desse recurso como também utilizar um modo mais criativo de verificar a capacidade dos alunos de relacionarem textos.

No momento dos relatos de experiência com aplicação do Avançando na prática, foram comentadas as seguintes atividades: trabalho com ditados populares (p.136 – TP1) e trabalho com o livro O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (p.150 – TP1). O primeiro, realizado pelo 7º ano, foi importante, principalmente, para que os alunos identificassem traços da intertextualidade em nossa interação cotidiana, isto é, para que percebessem que a experiência de alguém ou de uma comunidade aparece sempre no que fazemos ou dizemos, que nossos textos retomam outros textos. O segundo, desenvolvido pelo 6º ano, mostra vários olhares sobre a mesma situação e a reação diante do diferente. A professora, através do debate, incentivou os alunos a perceberem e valorizarem os diferentes ângulos a partir dos quais as situações podem ser vistas ou analisadas. A divergência de opiniões é normal e importante, porque faz com que as pessoas troquem ideias, reforcem seus argumentos ou revejam e renovem seus pontos de vista.


Na seqüência, fizemos o planejamento de uma atividade de leitura e de produção de texto, referentes à fábula “A língua”. Para enriquecimento da atividade, apresentei outra versão dessa fábula, intitulada “Esopo e a língua”, na qual podemos perceber que a intertextualidade é muito mais antiga e muito mais freqüente e abrangente do que podemos imaginar à primeira vista. Quem escreve não escreve no vazio, pois um texto não surge do nada. Nasce de outro(s) texto(s). A competência em leitura e em produção textual não depende apenas do conhecimento do código lingüístico. Para ler e escrever com proficiência é imprescindível conhecer outros textos, estar imerso nas relações intertextuais.

Não posso deixar de relatar o interesse, a participação e a responsabilidade de minhas cursistas nas atividades do programa Gestar II. Buscamos uma melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem, mas isso só é possível quando os professores se disponibilizam à atualização. No que se refere ao nosso grupo, professores de Língua Portuguesa e Redação, estamos todos verdadeiramente comprometidos com essa proposta de mudança e de redimensionamento da prática pedagógica.

Na parte final da oficina, fiz uma breve apresentação das duas próximas unidades a serem estudadas, ressaltando que nelas os textos nos ajudariam a fazer uma reflexão mais sistemática sobre a língua. Em seguida, entreguei algumas sugestões de trabalhos com textos e pedi aos professores que acrescentassem outras que conheciam e que utilizavam.